É preciso dizer, depois de tudo, e, principalmente, para os mais jovens, a quem costuma a frustração ferir de modo mais feroz, que tudo aquilo que se vive e vê e sente jamais poderá ser convertido em mentira. Acontece que nesses espaços, frequentemente encontros e semanas, onde sem muito esforço se desprende o pensamento das particularidades do espaço e do tempo, torna-se possível a projeção dos sonhos e o vislumbre da materialização dos desejos e das possibilidades, parecendo àqueles que se esforçam no traço da imagem que as dificuldades que lhes surjam não sejam lá grandes ou dignas de cansaço.
Mas, quando no dia seguinte, quando as crianças se enxergam adultos ou quando a relva se apresenta ainda na cor com a qual se conheceu e foi e é desde sempre, é como se todo o peso entornasse de uma vez sobre nossas costas solitárias. E o dia-a-dia não reúne os mesmos personagens que se mostraram atraídos pela proposta do encontro e cada semana parece um desencontro, uma perda e um desgaste constante dos frutos, do terreno e da crença na fertilidade das sementes.
Ouçam cá o que vos digo, não há algo mais certo que isso: "é preciso, antes, ser a mudança que se quer ver". E, de fato, nem tudo a nós é permitido. Caso exista uma realidade, uma configuração dos elementos todos nesse instante, ela representa um conjunto de possibilidades e limitações, uma combinação de história e imprevisibilidade. Romper com essa realidade significa a morte para um organismo vivo. Tudo há de ser alcançado mediante o diálogo. O universo não está pronto, nem nunca estará. Somos sujeitos de um contexto onde tudo está para acontecer. Aí reside a esperança, aí descansam nossas sementes.
Digo isso com convicção, trago um coração cheio de fé.
Pablo Pessoa
7º Semestre
domingo, 19 de abril de 2009
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